Pra quem não sabe, sou editor do JORNAL SUL DE MINAS (lê o meu perfil, vagabundo). A manchete de ontem (Traficantes recrutam menores para vender crack em Varginha) desagradou algumas pessoas. Não chegaram a afirmar que o diário semeia a cizânia. Mas chegou perto. A coisa funciona assim: para algumas pessoas, Natal é uma época em que deveria ser proibido falar de assuntos como tráfico de drogas ou violência. A agenda deve ser preenchida somente com notícias sobre empregos temporários, 13º, dicas de presentes de Natal, mais a costumeira ladainha sobre Papai Noel. Acontece que qualquer momento é ideal para se discutir problemas que, aparentemente, não existem na cidade. Poucas pessoas sabiam que existe uma “cracolândia” em Varginha. Lógico que não nos moldes do que ocorre nas capitais, com viciados fumando a droga na rua. Mas a distribuição do crack está crescendo de uma forma que assusta. Primeiro, porque é a droga com maior nível de dependência. Segundo, porque a maioria dos consumidores de crack é pobre (o que não justifica o viciado rico), tanto é que as bocas da droga estão em corredores de pobreza da cidade. O efeito do crack dura pouco, o que obriga a nova dose em pouco tempo. Sem dinheiro, o viciado rouba, assalta, mata. O efeito cascata respinga na violência. E depois ainda falam que o assunto não é apropriado.
Até que enfim alguém aparece prá contar o que acontece em Varginha, além da imprensa oficial, comprada! A moçada viciada tá na frente de todo mundo, só que ninguém quer ver, é a demagogia institucionalizada!!!!
Excelente comentário……….. Mostra que exxiste uma cidade além da Praça da Fonte e que essa cidade – distante demais da alienação do Centro – tem seus problemas e suas carências