
Cafeicultores de todo o país voltaram a Brasília para pedir ajuda ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. De acordo com os produtores, a dívida do setor passa de 4 bilhões de reais e atinge cerca de 250 mil produtores. Depois de duas horas e meia de reunião, o ministro da Agricultura anunciou algumas medidas, entre elas a prorrogação de dívidas. Não havia representantes de Varginha na delegação. Clique no título para ler a notícia.
Parcelas dos contratos de custeio e colheita, tanto as vencidas em dezembro do ano passado quanto as que vencerão em março, poderão ser adiadas por quatro anos. Nos contratos alongados, o pagamento da parcela vencida em dezembro será diluído até 2020. Já a parcela da dívida de estocagem, que vence este ano, será prorrogada por mais um ano. O governo também concordou em fazer leilões de opção de venda, mas ainda não definiu valores e quantidades que serão negociadas. No contrato de compra de opções, o agricultor e o governo acertam um preço para a comercialização de determinado produto. Se, no vencimento do contrato, a cotação estiver menor que a acertada entre as partes, o governo assume o prejuízo e compra o produto por um valor maior que o de mercado. A operação, na prática, garante um preço mínimo para o produtor.“O preço do café no mercado internacional começou a reagir, mas ainda temos problemas com preços no mercado interno. Há sensibilidade do governo federal sobre a necessidade de adotar medidas para o setor”, afirmou Stephanes. “As medidas adotadas neste momento dão um fôlego. A gente espera que haja uma reação do mercado, que haja uma reação no preço, para que depois possam ser estudadas nesse tempo as questões estruturais do café”, completou.Segundo a Agência Brasil, o governo ainda não atendeu à reivindicação dos cafeicultores em pagarem até 5% da dívida em café, em vez de desembolsarem dinheiro. “O café passa por uma crise sem precedentes. Desde novembro, o setor demitiu 500 mil pessoas”, reclamou o presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes Abreu. (com Agência Brasil)
É notável o quanto o setor agropecuário é favorecido pelo governo. Entretanto não se pode dizer que essa é uma política populista do atual governo federal, já que os produtores rurais deste país veem recebendo dinheiro subsidiado a muitas décadas. É exatamente com esse dinheiro que eles podem trocar de carro ano após ano, reformar a tal casa da cidade, viajar para Punta del Este ou para as praias do nordeste.
Toda a classe agrícola, não apenas os cafeicultores, maioria na região, são pageados pelo governo, graças aos sindicatos e cooperativas que exercem pressão interminável sobre o governo ( que diga-se de passagem não é santo ) e sobre as instituições responsáveis pela liberação do crédito.
Ano após ano eles reclamam que o preço dos seus produtos está abaixo do custo de produção. Fica-se com a impressão que os culpados são demais contribuintes, por que são eles, justamente, quem irão pagar a conta da benevolência com os produtores. Estes por sua vez irão reclamar, reivindicar, trocar o carro, pagar boas escolas aos filhos (isso sim causa inveja) e fazer uma viagem pra relaxar depois de finda a colheita.
Hoje estão requerendo que o governo alonge suas dívidas, o que já foi feito no passado. Um dinheiro que eles poderão pagar em vários anos e pasmem, com desconto por adimplência. Sobre um dinheiro que eles já deveriam tem pago.
É evidente que o setor agrícola gera empregos. É evidente que os produtores querem poder trocar de carro ano após ano, viajar para conhecer o Brasil, prover os filhos com carros novos e boa educação. Todos nós queremos. Mas pensem no que aconteceria se uma leva de cidadãos urbanos, trabalhadores com carteira assinado ou mesmo autônomos, gastasse mais do que sua capacidade de pagamento suportasse e imprimissem um calote ao governo ou a quem quer que seja. Quem viria ao seu socorro? Que sindicato iria até Brasília reivindicar uma renegociação em favor dos trabalhadores donos de 200 m² de terreno?
Eles tem quem os defenda. Eles tem que pague suas contas. Se o governo lhes permitir trocar a caminhonete 2007 por uma 2009, eu ajudarei a pagá-la com meus impostos. Você também.
Não tenho filhos, mas se os tivesse é certo que esses impostos não iriam reformar a escola pública dele.
Oh dó!
Não é bem isso que tem sido noticiado quando se fala da balança comercial brasileira e nem tão pouco dos produtos e dos índices que compõem as grade de exportação.
Tão pouco é o que demonstram reportagens sobre grupos que deixaram de produzir o café de forma amadora e imprimiram características empresariais em seus negócios. ( obs: nem adianta afirmarem que só vejo Rede Globo)
Mais uma vez o governo assumindo o risco e o prejuízo! Eu hem!
FAZENDEIRO :
EU QUERO COMPRAR CARRO ZERO, PAGAR FACULDADE DE MEDICINA PARA OS MEUS FILHOS, REFORMAR A CASA DA CIDADE, VIAJAR PARA PUNTA DEL LESTE COM A FAMÍLIA NAS CUSTAS DO GOVERNO!!!
Não só os cafeicultores precisam de apoio, mas todos os demais atores do processo produtivo, como microempresários,autonomos, liberais, etc. Enfim todo mundo está endividado até o teto. Ninguém tá dando conta de pagar tanta conta. Resumindo a quebradeira é geral.
Esta notícia é a mesma faz tempo! Quando haverá uma solução definitiva para este choro interminável dos cafeicultores?