O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, fala à EPTV
Por sua natureza e história, a OAB é uma das poucas instituições que sobrevivem ao tempo com a mesma influência dentro da sociedade, desde que foram fundadas. A Ordem dos Advogados, particularmente, teve uma importância incomum no período da ditadura (chamado pela OAB de Estado de Exceção) e nos anos seguintes, durante a abertura política, na campanha pelas Diretas, na Constituinte, no movimento pela ética na política, o impeachment de Collor e a reforma política, em curso. É uma das principais organizações do país, com cerca de 750 mil associados. Por isso, natural a curiosidade pela opinião de seu presidente sobre diversos assuntos. Durante rápida passagem por Varginha, Britto foi entrevistado por jornais, emissoras de rádio e televisão e sites. Falou desde a maioridade penal até um terceiro mandato de Lula, hipótese da qual é um ferrenho crítico. Sobre o presidente, Britto afirmou que ele já escreveu sua história e hoje é comparado a um Mandela. “Querer forçar a barra (tentar um terceiro mandato) é se aproximar da figura de Chávez (presidente venezuelano)”. Cezar Brito compara o movimento para Lula tentar se reeleger a um golpe de Estado. “A alternância no poder é um dos pilares da democracia, Lula não pode manchar sua biografia”.
Sobre a maioridade penal, o jurista afirma ser cômodo baixar a idade de 18 para 16. “Corremos o risco de mandar menores para um sistema carcerário lotado, uma escola do crime. Ao sair, eles não serão ressocializados. Seria melhor investir no sistema carcerário e reeducar os jovens que cometem crimes”.
Sobre a ditadura, Britto falou que foi um erro histórico no Brasil e que não há nada melhor do que viver em uma democracia.
Ao final de seu discurso no auditório da OAB de Varginha, Cezar Britto contou um caso que ilustra a influência da OAB em questões sociais e políticas. Lembrou de uma visita que fez aos “melhores advogados do Estado da Georgia, nos Estados Unidos”. Lá ele questionou como os advogados estadunidenses conviviam com a situação de Guantánamo (prisão controlada pelos Estados Unidos que fica em Cuba e onde estão suspeitos de terrorismo). Eles responderam que aquilo não era um problema dos advogados, mas uma questão política. Britto disse para a platéia de Varginha: “Nesse momento eu pensei: ‘que bom que moro no Brasil'”. Foi ovacionado.
Em tempo: merecem
A OAB tem cumprido satisfatoriamente seu papel político. Entretanto os advogados estão precisando de uma melhor atuação da entidade em defesa do próprio advogado, frágil como a nossa Justiça. No dia que o advogado for respeitado pela sociedade como indispensável à boa e correta administração da Justiça, principalmente nos foruns da vida, a Justiça deixará de ser lenta e qualidade da prestação jurisdicional será de 1º mundo.
Vai aqui o nosso recado: É preciso promover melhores condições de trabalho e respeitabilidade social aos advogados para que a nossa JUSTIÇA funcione bem, o que todos mereçem e esperam…
E o que deve ser feito com aquele menor que matou uma criança de 8 anos essa semana.
Tem cada uma…