Morreu neste sábado (27) em São Paulo, aos 94 anos de idade, o jurista Goffredo da Silva Telles Júnior, autor da Carta aos Brasileiros – documento decisivo no processo de abertura política no Brasil durante o regime militar. Um dos mais importantes juristas brasileiros, Goffredo morreu em casa, de causas naturais, por volta das 19 horas do sábado. Foi colega do Dr. Jacy de Figueiredo, pai do Dr. Marçal Paiva de Figueiredo, quando ambos foram deputados federais constituintes. Clique no título para ler a matéria completa.
Nascido em São Paulo, em 16 de maio de 1915, Goffredo dedicou sua vida à luta incansável pelo Estado de Direito, pelos direitos humanos e pelas liberdades democráticas. Professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), estudou e lecionou por quase 45 anos na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Produziu extensa obra de ensino do direito. Entre elas A Criação do Direito, Ética – Do Mundo da Célula ao Mundo dos Valores e Direito Quântic o – Ensaio Sobre o Fundamento da Ordem Jurídica. Em 1977, no dia 8 de agosto, o País estava no 13º ano de ditadura militar. A data entrou para história com a Carta aos Brasileiros, lida por Goffredo no pátio da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O documento se tornou marco histórico do processo de redemocratização do Brasil e sua leitura foi acompanhada por uma multidão de estudantes, intelectuais e autoridades.Na carta, o jurista criticava o regime militar e fazia uma defesa veemente dos princípios da democracia.Em duas obras publicadas anteriormente (Lineamentos de uma Constituição Realista, 1959, e Lineamentos de uma Democracia Autêntica, 1963), Goffredo defendeu a participação popular na elaboração das leis e mostrou a necessidade da participação dos setores organizados no processo legislativo.Goffredo foi também deputado federal constituinte, em 1946,quando também participou o Varginhense Jacy de Figueiredo (sendo promulgada em 18 de setembro de 1946-época em que a capital federal era a cidade do Rio de Janeiro), Goffredo foi deputado federal entre 1946 e 1950 e secretário da Educação e Cultura da Prefeitura de São Paulo, no ano de 1957. (colaboração do leitor Dr. Carlos Cornwall)