
Pode parecer estranho uma matéria, aqui na região, sugerindo uma viagem para uma fazenda de café. Afinal, mesmo que você não seja fazendeiro, provavelmente já visitou uma lavoura de café. Ou pelo menos viu milhares de pés de café, às margens da estrada. A Fazenda Sertão fica em Carmo de Minas, a 120 quilômetros de Varginha. Tem como atração um talhão todo desgrenhado, de 90 anos. De diferente, o fato dali ter saído o café mais caro do mundo. Foi em 2005. Degustadores de vários países escolheram o café daquela lavoura como o melhor. O valor da saca chegou a US$ 65 mil. Já se passam quatro anos e nenhum outro café chegou a esse preço.

O grupo Sertão aproveitou a fama repentina (nem o dono da fazenda, José Isidro, achava que seu café seria eleito o melhor do mundo) e realiza passeios guiados. A duração é de três horas. Os turistas –a maioria vinda do Rio de Janeiro- percorrem quase todo o trajeto de van. Param em três mirantes (com altura de 1.100 a 1.400 metros), experimentam o fruto do café no pé e descobrem as diferenças entre as espécies existentes. O guia, Marcio, dá uma verdadeira aula. Fala desde o descobrimento do café na Etiópia, conta a viagem do grão até as Américas e, por fim, conta as particularidades do café feito no Sul de Minas. “A altitude, o cuidado no plantio e particularidades do solo são determinantes para obter um café com acidez específica”, diz. Ele informa que a região é um terroir (área conhecida pela qualidade de determinado produto agrícola ali cultivado), o Vale do Rio Verde. Com terras altas, que variam de 900 a 1.500 metros de altitude. O grupo Sertão, na 4ª geração, possui cinco fazendas. Juntas, geram 750 empregos fixos e outros 1.00 temporários, nos três meses de colheita. A fazenda que visitamos tem na organização a principal característica. A colheita é seletiva, para atender pedidos do mundo todo. “Se o cliente japonês pede um café com determinadas características, preparamos, classificamos e enviamos uma amostra, para ver se está do gosto do cliente”.

Tudo isso é visto durante o passeio, que inclui visita ao terreiro, secador e termina na sede, onde é servido um café colonial.
Para ver se todos aprenderam, são servidos dois tipos de café. Um, do tipo comum (eventualmente com pedaços de madeira, soja, milho e sabe lá o que mais). O outro é do tipo Gourmet, sem palha, 100% arábica. Dispensa o açúcar. Para acompanhar, pão de queijo e bolo de fubá quentinhos.

Entre uma xícara e outra, um gole de água para limpar a poeira da garganta e limpar as papilas gustativas. De repente, percebemos que viramos experts em café. Eu já prometi nunca mais tomar café de supermercado. O empresário Antonio Marcos, de São José dos Campos, também gostou do passeio. “Para mim foi uma surpresa, não esperava tantos detalhes”. O professor universitário Luiz Carlos Fraga, também de São José dos Campos, é um “apreciador de café nas horas vagas”. Viu o folder no hotel em que estava hospedado em São Lourenço, cidade distante 9 quilômetros de Carmo de Minas. “Costumo tomar vários expressos durante o dia. O último, às 22h. Conhecer tantos detalhes foi muito interessante”. O contador Paulo dos Santos, de Niterói (RJ), lembrou um pormenor curioso que aprendeu: “Nunca imaginei que o pó de café tem que ser guardado na geladeira”. Mais dicas? Leia abaixo.

Para fazer um bom café
Use água filtrada (o cloro da água da torneira compromete o sabor do café);
O pó deve ser coado quando surgirem as primeiras bolhas da fervura. O café muito quente amortece as papilas gustativas;
Faça pouco café. Trinta minutos depois de coado, o café oxida e perde suas qualidades;
Evite o café “extra-forte”. Muito provavelmente você vai beber um grão carbonizado.

O passeio
Dura três horas
R$ 40 por pessoa
(35) 8417-5737; 3334-1661
Ao final, visita à lojinha de lembranças, doces e cafés gourmet
Grato madeira pelo apoio a cafeicultura. Grande abraço e venha nos visitar!!!
Em resposta ao comentário de ESTUDIANTE logo acima: vc deveria saber que coronéis já não existem a tempos e que 90% da cafeicultura nacional é composta por pequenos e médios produtores. E tem mais, antes de falar em incentivo igual para todos vc de fato deveria pesquisar quem anda mordendo essa pizza na atualidade. Informações retrógradas combinam com buteco.
Excelente matéria, Madeira! Sendo da área, apenas lamento que muitos de nossos colegas não se engajem dessa forma e se embasem apenas na reprodução de conteúdos de outros portais e/ou veículos.
Abraço,
PA
E pensar que por aqui seria possível fazer o mesmo… Temos até um museu do café, mas parece que tudo que venha trazer cultura, expansão dos negócios, dinheiro… que não seja a plantação não é bem visto.
O museu sobrevive do trabalho da dona da fazenda e quem deveria auxiliá-la está sendo processado por falcatruas.
Vamos pensar grande!!!!
Madeira, gostei muito da matéria e do lugar…
Um cafezinho sempre vai bem…
Não é questão de criticar a cafeicultura, e sim os privilégios que estes “coronéis” TINHAM, em relação aos demais setores…empréstimos estes gigantescos, e dpois pagos através de “negociação”…
Tá na hora de acabar realmente com isso…o incentivo tem que ser igual pra todos…
Madeira, parabéns pela matéria! Deu vontade de ir na fazenda experimentar o café…
parabens madeira.só vc mesmo para valorizar o café e a cafeicultura.tenho visto que infelizmente varios que postam comentarios neste blog,muitos por ignorância e outros por preconceito e má fé criticam a cafeicultura.