Três anos depois, aterro sanitário ainda não está pronto

As obras do novo aterro sanitário de Varginha foram iniciadas em março de 2007. À época a prefeitura anunciou em sua página da internet que a inauguração seria em outubro de 2007. Em 2008 este jornalista publicou reportagem informando que o aterro ainda não estava pronto. O ex-assessor de Imprensa da Prefeitura de Varginha, Renato Alves, divulgou nota oficial para a imprensa dizendo que era mentira. Neste 5 de junho de 2010, Dia Mundial do Meio Ambiente, a obra completou três anos e três meses. E ainda não está pronta.

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O aterro fica a cinco quilômetros da Escola Municipal Matheus Tavares, no bairro da Vargem, no sentido da estrada que leva à Comunidade dos Martins. A área tem 20 hectares e custou R$120 mil aos cofres públicos. A obra teve início em 28 de maio de 2007 e custou R$ 840.267,73. Em 2009 o secretário municipal de Obras, Flávio Prado de Castro informou que o aterro estava em fase final de construção e, assim que as obras chegassem ao fim, seria solicitada licença para funcionamento junto à Supram (Superintendência Regional de Meio Ambiente).

As bacias de contenção (foto acima), galpão para receber o lixo e casinhas na entrada do aterro estão prontas. Entretanto o local não foi asfaltado, nem possui portão. De 2008 até agora o aterro ficou abandonado. Como resultado, sanitários, portas e janelas foram quebrados, e as bacias de contenção estão há dois anos abandonadas ao tempo.

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Flávio Prado de Castro disse que a prefeitura, agora, espera verba de R$ 200 mil liberada pelo governo do Estado através do deputado Dilzon Melo (PTB). “Quando a verba chegar, vamos recuperar essas ações de vandalismo, asfaltar o lugar e cercar em 60 dias”. Essas obras foram exigidas pela Supram. A partir daí, começa o processo pedindo licença para funcionamento e licitação para uma empresa administrar o aterro.

Enquanto isso, o lixo recolhido na cidade continua sendo depositado no aterro atual, localizado na Fazenda Jacutinga, a 1,5 quilômetro do bairro Jardim Corcetti (saída para Três Pontas). Flávio Prado informa que, como o local não atende às normas exigidas pelo Ministério Público, o lixo está sendo coberto por terra para evitar problemas como contaminações e proliferação de animais. O MP e prefeitura fizeram um termo de ajustamento de conduta para adequar a coleta no atual aterro, enquanto o novo não fica pronto.

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Fazendeiro processa prefeitura
O dono da fazenda onde está situado o aterro atual ingressou com ação contra o Município, alegando que o lixão contaminou a água dos ribeirões Jacutinga e da Espera. Ivo Bueno de Paiva também alega que o lixão cobriu uma nascente de água. “Quando você vai comprar uma propriedade rural, a primeira coisa que faz é ver se tem água e se ela é boa. Nós fomos muito prejudicados, porque a água está contaminada até o Ribeirão da Espera, já na represa de Furnas, a quase 20 quilômetros de distância”, diz. O fazendeiro contratou um laboratório para analisar a água. “Deu que a água está contaminada”. A justiça nomeou um perito para avaliar. “Mas ele fez só uma análise visual, não pegou amostra de água”.