Na semana passada, duas turmas da Escola Estadual São Sebastião, que fica no bairro Padre Vítor, estiveram no Fórum de Varginha. A visita faz parte do Projeto Novo Olhar que possui como objetivo alertar as crianças sobre a realidade da prisão. Em Varginha, isso geralmente ocorre pelo uso ou tráfico de drogas. As crianças de 10 a 13 anos, que cursam o 5º e 6º ano, ouviram o depoimento do Dr. Oilson Hoffmann Schmitt, juiz da primeira vara criminal; do detento Juliano; do ex-detento “Buster” e a orientação da vereadora Tia Celinha (PSL) e do diretor-adjunto da SUAPI (Subsecretaria de Administração Prisional), Rodolfo Corrêa Bandeira. Uma vez por mês, as escolas visitarão o Fórum. Mas o projeto já visitou as escolas Polivalente, Gabriel de Paiva e Propac I e II.
Segundo Rodolfo, 95% dos crimes são por envolvimento com drogas e em Minas Gerais, a idade média dos presos é de 18 a 25 anos. Na palavra do ex-preso Édson, conhecido como ‘Doidinho’, “o resultado do crime são dois C: cadeia e cemitério”.
A idealizadora do projeto Tia Celinha, teve a ideia após uma visita à cadeia, por ser supervisora da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal. Alguns detentos relataram que se tivessem passado pela experiência de ouvir um preso, certamente não estariam lá. “A intenção era exibir fotos internas do presídio, mas ao pedir autorização ao dr. Oilson, recebi o apoio para levar um detento para as palestras”, conta Tia Celinha.
Haveria uma apresentação do coral das detentas, mas por um atrito interno elas não foram. Como as palavras do juiz Oilson, “ser pobre não é vergonha para ninguém. Trabalho desde os 9 anos, não morri, não fiquei feio e o trabalho não acabou”. Ambos os palestrantes incentivaram a valorização dos professores, o respeito que se deve a eles, tanto quanto aos pais.
A rotina dos presos
O detento Juliano contou como é o dia-a-dia no presídio: “Às 6h30 tem a chamada, que se não for respondida, o detento perde alguns direitos como o banho de sol. Todos recebem uniforme. É ‘sim senhor, não senhor’, de cabeça baixa. A gente toma duas horas de banho de sol. O banho é frio. O cabelo cortado bem baixo e barba feita. Eu trabalho [Juliano é responsável pela manutenção do quartel da Polícia Militar]. Na cela que cabe 7 (sic), divido com 20”. E falou ainda da revista constrangedora para quem o visita: tirar a roupa e agachar três vezes. Ele tem 34 anos, casado e tem uma filha de três anos, já cumpriu um ano e dez meses da pena de 8 anos por tráfico e associação. “Eu não quero que ninguém use esse uniforme. Não desejo nem para o maior inimigo. Arrependo muito de ter entrado no mundo das drogas. Minha mãe tá sofrendo muito e é a única que me visita”, disse Juliano. Ao final, Juliano aconselhou aos alunos que quando chegassem em casa abraçassem suas mães.
O aluno Gabriel Carvalho Reis Naves, 11 anos, mostrou muito interesse com suas perguntas ao detento. “Eu gostei de vir aqui para escutar o que o preso falou e saber as coisas de lá do presídio”, disse Gabriel. A professora Dulcinéia de Cássia Cardoso Rodrigues professora da escola São Sebastião, do presídio e também moradora do bairro Padre Vítor, elogiou a iniciativa do projeto “Muito boa, principalmente porque na nossa comunidade as crianças precisam muito de apoio. Precisamos tentar envolvê-los com outras atividades. Fazer o possível para que os nossos alunos não sejam os detentos de amanhã”.
Após as palestras no salão do júri, as crianças conheceram algumas salas do prédio. Tiveram um dia diferente e de grande valia. Que o exemplo dos detentos realmente sirva para as crianças não entrarem para esse mundo atrás das grades
detentos idiotas tem que pagar pelas familias que eles destruiram
esses detentos já aprontaram todas e ficam se passando de vitima da criminalidade,,é mole ou vc quer mais…palhaçada…eles ficam lá anos e sai de lá mais afiados ainda , mais bem preparados para começar tudo de novo…bandidos!!!
…porque não levam eles para conhecer o dia a dia de uma boa empresa, quem sabe não disperta o interesse deles em aprender algo bem maior do que rotina de detento.O que faz um bom ser humano é aprender a trabalhar honestamente,e não esse tipo de palestra…
É muito válido as campanhas de concientização para os jovens sobre as consequencias do uso das drogas.
Parabens, nossas crianças e jovens precisam ser alertadas, que esse trabalho seja divulgado no radio na televisão, nas igreja e toda a comunidade é mostrando o real sofrimento dessas pessoas para preveni-los de todos os erros.
E isso ajudaria eles em algum concurso ou vestibular?