A pausa para o cafezinho desta semana é sobre o 6º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, um evento que se tornou referência no agronegócio trazendo discussões relevantes para a evolução no setor, destacando o papel e a força das mulheres que atuam dentro e fora da porteira impulsionando o agronegócio brasileiro.
Nos dias 25, 26 e 27 de outubro, o evento que seguiu o 2º ano em formato online trazendo o tema “Digital e Agregação de Valor,a nova liderança do Agro, teve um olhar especial apesar de toda a distância renovando a esperança de dias melhores com a retomada da economia segundo o diretor geral do Transamérica Expo Center, Alexandre Marcílio.
Alexandre Marcílio ainda relembrou a 1ª edição do CNMA que teve a participação de 300 mulheres, e celebra a participação de 2.500 mulheres online nesta edição, além de 21 estados e 9 países conectados durante todo o evento, foi impressionante e ficamos felizes finaliza ele.
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No evento foram discutidos os processos de digitalização como fator fundamental para inovação do novo agro não apenas para a gestão dentro da porteira mas para o sucesso de toda a cadeia produtiva.
O primeiro debate do evento foi sobre “Política Internacional e Filantropia”.A Ministra Conselheira da Embaixada do Reino Unido no Brasil, Melanie Hopkins, falou da agenda programada para a COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), que começa no dia 31 domingo na Escócia, também foi discutido o papel e compromisso do Brasil na contribuição para o alcance das metas nacionais de emissão de gases poluentes.
Segundo Melanie, há oportunidades reais de ganhos para o Brasil e seus agricultores. Através de assistência técnica direcionada, a troca transoceânica de tecnologias, experiências, pesquisas e inovação e, principalmente, por meio do acesso ao mercado regulado de carbono. “Queremos e precisamos da agropecuária integrada e conectada com os debates e negociações que ocorrerão nas próximas semanas na COP26”.
Suresh Reddy, embaixador da Índia no Brasil, enfatizou que o Brasil é um dos maiores exportadores do mundo de produtos agrícolas e cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo precisam desses produtos. “As mudanças climáticas irão afetar a agricultura, como as secas já afetaram. É necessário fazer alguma coisa em conjunto e estou muito ansioso para poder trabalhar com o Brasil e com os nossos outros parceiros”.
Também foi citado pelo presidente do Conselho da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Marcello Brito a revolução digital dos produtores para atender a demanda do mercado interno e externo, e todos os desafios que vieram com a pandemia nas questões sociais e econômicas além da insegurança alimentar.
Marcello Brito relatou que a pandemia trouxe um desequilíbrio de oferta e demanda no mundo, e esse equilíbrio ainda não foi atingido,e ainda lembrou das exportações do Brasil para a China no primeiro semestre de 2021 atingindo 5 bilhões de dólares, valor significativo em relação a somatória do que é comercializado para todos os outros países do mundo,também salientou a importância e responsabilidade desta parceria comercial no tratamento dos interesses brasileiros, já que vivemos em um mundo globalizado no qual em algum momento os braços se encontram em um ponto da cadeia produtiva.
Teka Vendramini presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), ressaltou que o agronegócio do Brasil ainda é formado por 80% de pequenos produtores e que há muito a ser feito para que o nível de tecnificação desse percentual chegue ao mesmo patamar daqueles 20% que participam das exportações.
A pandemia foi uma crise transformadora e, após o baque inicial, o agronegócio brasileiro produziu muito e mostrou que tem protocolos firmes que permitiram ao Brasil exportar para o mundo inteiro. “Mas o momento atual está sendo de grandes desafios para o produtor
rural, que está produzindo com 30, 40% de aumento de custo e não sabe como vai receber isso lá na frente. Além disso, e citando a colocação do Marcello [Brito], temos essa dependência da China e estamos tendo problemas com a chegada de fertilizantes e outros insumos”, finaliza ela.
No primeiro dia do evento também foi realizado o pré-lançamento para o agro do documentário inspirador “Quando Ouvi a Voz da Terra”.A pecuarista referência em bem-estar animal, Carmen Perez, compartilhou o palco com os parceiros do projeto, o cineasta Nando Dias Gomes e a jornalista Flávia Tonin, e contaram sobre o início do projeto, todas as histórias e experiências vividas até a sua finalização.
Durante o evento do CNMA também foram conhecidas as vencedoras da 4ª edição do Prêmio Mulheres do Agro realizado pela Bayer em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), que reconhece a importância das mulheres do agro e reforça que a atuação seja cada vez maior e mais eficiente.
No painel moderado porJosé Luiz Tejon, sócio-diretor da empresa Biomarketing e coordenador de conteúdo do evento, foi discutido “As 7 Virtudes Capitais das Mulheres do Agro, com mulheres líderes do setor reconhecidas por suas múltiplas habilidades, que teve como ponto alto a responsabilidade e resiliência das mulheres.
Tejon relatou a pesquisa realizada pela organização do Congresso Nacional das Mulheres no Agro (CNMA), na qual foram analisados 7.500 mil questionários, recolhidos ao longo dos seis anos do Congresso. “Fizemos um apanhado destas entrevistas e as características que foram mais citadas foram: liderança, afetividade, comunicação, empreendedorismo, resiliência, velocidade e responsabilidade com que as mulheres exercem os seus papéis dentro do agronegócio e na sociedade”, destaca.
“Durante a pandemia pudemos vivenciar o papel de comunicadora da mulher, que vem crescendo devido a sua capacidade de comunicação. É ela quem desmistifica e traduz os acontecimentos para a sociedade, fazendo isso do micro para o macro, ou seja, de dentro de casa para a sociedade. Precisamos continuar atuantes para que possamos trazer uma realidade cada vez mais segura e responsável para nosso setor”, finaliza a pesquisadora Petúla
Ponciano Nascimento da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas da Embrapa.
Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura foi convidado para homenagear as líderes deste mercado deixou clara sua grande admiração e confiança no universo feminino. “Mulheres têm capacidade de tomar iniciativas com efetividade, sem perder o carisma e a paciência, virtude que tanto falta aos homens. Tenho que confessar que, ao longo dos meus 60 anos de carreira, fui surpreendido por esta força, que me ensina coisas novas a cada dia”.
No 3º e último dia do evento foi relatado o crescimento da presença feminina na cadeia logística do agronegócio, tendo como tema central do painel “Mulheres da distribuição”.
Foi apresentado pela diretora Drielli Dedemo do Conselho da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV) e da Dedeagro, os dados da última Pesquisa Nacional de Distribuição, promovida pela ANDAV, que apontou que cerca de 26% dos colaboradores do setor, atualmente, são mulheres. “Podemos perceber que ainda há muito a conquistar no quadro geral das empresas, mas, pela minha experiência de 12 anos no setor, posso destacar o quanto o espaço da mulher foi conquistado e segue crescendo. Antes muitas delas atuavam no administrativo, mas nos últimos anos, muitas conquistaram espaço também vagas técnicas,destaca.
O CNMA teve a curadoria do sócio diretor da Biomarketing, José Luiz Tejon e do comitê de conteúdo formado pela presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teresa Vendramini; pela presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio, Carla Freitas; pelo presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, Marcello Brito; pela diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Min. da Agricultura, Mariane Crespolini e a co-autora do livro Mulheres do Agro e Diretora de Desenvolvimento de Mercado, América Latina, CME Group, Roberta Paffaro.
Foram 3 dias de evento online reunindo autoridades e mulheres do setor mostrando o protagonismo da mulher no agronegócio, trazendo conteúdos e debates com temas importantes para o crescimento do setor.
O agronegócio tem grande potencial e se impõe ao mundo como uma solução para a segurança alimentar mundial, a pandemia nos mostrou que somos muito mais fortes do que imaginávamos,é preciso construir uma nova dinâmica visando agregação de valor em toda a cadeia produtiva com pesquisas, inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável.
Foi incrível participar de mais uma edição,e sentir toda essa boa energia mesmo a distância de tantas mulheres envolvidas no agro, tendo a oportunidade de ouvir histórias de mulheres inspiradoras que trabalham em diversos setores do agronegócio que com o brilho nos olhos compartilharam toda a evolução das suas carreiras e aprendizados no universo do agronegócio.
Créditos e imagens:CNMA
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Uma ótima semana a todos, abraço e até o próximo e saboroso cafezinho.
*Lilian Trigolo-Coffee Lover-apaixonada pelo universo do café, e toda a sua cultura cafeeira, formada em Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior.